Boa tarde pessoal!
Estou iniciando esse blog como uma alternativa de conteúdo médico para vocês! Vamos falar sobre saúde em geral, medicina, cirurgia e, claro, UROLOGIA!
Logo no primeiro post resolvi falar sobre um assunto pouco conhecido por todos – vamos entender melhora a Bladder and bowel dysfunction in children, ou melhor – DISFUNÇÃO VESICAL – INTESTINAL EM CRIANÇAS!
Essa síndrome, apesar de comum, é muito pouco diagnosticada nas crianças. É necessário uma avaliação detalhada, através de uma história clínica bem feita e um exame físico minucioso.
Ainda não descobrimos ao certo a causa desse problema. Especula-se que uma associação de fatores – embriológico, anatômico, funcional – esteja por trás do desenvolvimento da doença.
A importância do diagnóstico da disfunção vésico-intestinal é devida ao fato dela estar associada ao refluxo vesicoureteral (RVU – falarei sobre o problema em novos posts), infecção urinária de repetição e, em última instância, a cicatrizes renais e doença renal terminal!
Como o próprio nome já diz, os sintomas estão relacionados com a função da bexiga e dos intestinos! As crianças podem se apresentar com urgência e incontinência urinária (perda de urina), dificuldade miccional – com jato urinário entrecortado / uso de força abdominal. Além disso, costumam segurar a urina, urinar pequenos volumes. Em alguns casos também acabam fazendo xixi na cama (enurese – também será tema de um post!).
Na parte intestinal, a constipação chama atenção. As crianças ficam até 7-10 dias se evacuar! Pode aparecer incontinência fecal e dor abdominal.
Claro que esse problema também afeta a parte psicológica dos pacientes. As perdas urinárias e descontrole intestinal podem acarretar baixa estima, vergonha, isolamento e baixo aproveitamento escolar.
Como escrevi no começo, esse é um diagnóstico que passa despercebido entre muito pediatras e médicos gerais. É preciso uma história bem detalhada da função miccional e intestinal. Além disso, saber de questões pré natais, desenvolvimento psicomotor é fundamental para excluir outras doenças. O uso do diário miccional É FUNDAMENTAL para avalição e graduação dos casos. Ainda, alguns questionários podem auxiliar na investigação.
Os exames complementares têm seu papel, mas não são fundamentais para a conduta (a não ser o exame de urina!). Ultrassom e urodinâmica podem ser necessários em alguns casos.
O melhor tratamento é a UROTERAPIA! Pois bem, antes de começar a dar remédios ou pensar em cirurgia podemos mudar algumas coisinhas que vão ser fundamentais!
A primeira delas é explicar pacientemente para a criança e os pais sobre o assunto! Isso faz com que a adesão ao tratamento seja maior além de tranquilizar os familiares.
Medidas como aumento da ingesta hídrica, micção de horário (rotina), melhora da dieta (fibras, legumes, frutas), criação de hábitos evacuatórios são fundamentais e resolvem grande parte dos casos.
Responsável – Matheus A. C Siqueira
CRM 156.291